terça-feira, 13 de dezembro de 2011

A PROBLEMÁTICA DE BELO MONTE

Belo Monte é um caso emblemático do uso da água, como recurso para o desenvolvimento econômico, cujos impactos ambientais e sociais alcançam amplas dimensões espaciais e temporais.

CONSTRUTORES: A DEFESA DA USINA
A Hidrelétrica, com previsão de início de operação em 31 de dezembro de 2014, será a maior usina hidrelétrica exclusivamente brasileira e a terceira maior do mundo. Terá 11.233,1 MW de potencia instalada, quando todas as suas turbinas estiverem em operação. Para isso, deverá inundar uma área de 516 km2 em um trecho de 100 km do Rio Xingu.

Para o consórcio responsável pela contrução, o impacto é pequeno: “A usina teve o reservatório reduzido em relação ao projeto inicial e a área de alagamento diminuiu 60%. Enquanto a média nacional de áreas alagadas pelas usinas hidrelétricas é de 0,49 km2 por MW instalado, Belo Monte impactará apenas 0,04 km2 por MW instalado” (Norte Energia, 2011a).

A justificativa para a sua construção é a necessidade de crescimento do setor energético nacional. “A usina de Belo Monte levará desenvolvimento à região de Altamira (PA) e municípios vizinhos e a melhoria das condições de vida de 4.500 famílias que residem em palafitas. A região também receberá uma compensação financeira anual de R$ 88 milhões” (Norte Energia, 2011b). Além do que, a construção de Belo Monte irá gerar, segundo o Ministério de Minas e Energia, cerca de 20 mil empregos diretos.

O IMPACTO SEGUNDO OS AMBIENTALISTAS

Do outro lado, sociedades ambientalistas e ativistas consideram que o estudo de impacto ambiental realizado pela Norte Energia, subestima sua extensão: “O desvio do fluxo do rio deixará sem água, peixe ou transporte as comunidades indígenas e tradicionais ao longo de uma extensão de 130 km na Volta Grande do Xingu. O rebaixamento do lençol freático poderá vir a destruir a produção agrícola da região, afetando os produtores indígenas e não indígenas, assim como a qualidade da água. É muito provável que as florestas tropicais da região tampouco sobrevivam. A formação de pequenos lagos de água parada entre as rochas da Volta Grande propiciarão um meio perfeito para a proliferação da malária e de outras doenças cujo vetor se desenvolve na água parada. As comunidades a montante, inclusive os índios Kayapó, sofrerão com a perda das espécies migratórias de peixe que são parte fundamental de sua dieta” (Poirier et al., 2010).

A polêmica não se encerra apenas em território brasileiro. Em reunião do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas, Mariana Duarte, representante da Conectas, entidade credenciada para prestar informações à ONU, expressa sua preocupação: “a construção da Usina de Belo Monte ameaça a vida e, inevitavelmente, impacta a integridade de 24 povos indígenas, comunidades tradicionais e agricultores que ali vivem" (Conectas, 2011).


REFERÊNCIAS


NORTE ENERGIA. Conheça a Norte Energia >> Blog da Usina Hidrelétrica Belo Monte. 2011a. Disponível em http://www.blogbelomonte.com.br/conheca-a-norte-energia/. Acessado em 02/10/2011.

NORTE ENERGIA. Usina Belo Monte >> Blog da Usina Hidrelétrica Belo Monte. 2011b. Disponível em http://www.blogbelomonte.com.br/UsinaBelo Monte/.  Acessado em 02/10/2011.

POIRIER,C. et al.. Carta ao Presidente Lula. 2010. Disponível em http://www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=30622 Acessado em 03/10/2011.


CONECTAS. Questão de Belo Monte é levada ao Conselho de Direitos Humanos da ONU. Disponível em http://www.conectas.org/politica-externa/questao-de-belo-monte-e-levada-ao-conselho-de-direitos-humanos-da-onu. Acessado em 06/10/2011.

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Acesso a diversos textos sobre a Hidrelétrica de Belo Monte:
PAINEL DE ESPECIALISTAS

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Posters

Há água em outros corpos do
Sistema Solar
Autores: Cleiton Silva Pereira e Thais Rodrigues de Oliveira
Curso: Licenciatura Plena em Física


Os Rios do Poeta
Autores: Érico Ariano Gaio (Escola Livre Porto Cuiabá) e
Denilton Carlos Gaio (Professor do Instituto de Física)

O Rio - João Cabral de Melo Neto
O texto de Guimarãoes Rosa sobre a eternidade foi extraído da entrevista a Giinter Lorenz, em janeiro de 1965, citado em "Uma cantiga de se fechar os olhos --": mito e música em Guimarães Rosa - Página 74, de Gabriela Reinaldo - Publicado por Annablume, 2005 ISBN 8574195693, 9788574195698 - 239 páginas

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Quatro Mentiras sobre Belo Monte



Quatro Mentiras sobre Belo Monte
por Eduardo Galeano


Jornalista e Escritor Uruguaio, autor de, entre outros livros, As veias Abertas da América Latina.




Artigo enviado por
Antonio Latorraca Netto
Bacharelando Geografia - UFMT

terça-feira, 29 de novembro de 2011

FILMES


Belo Monte - Piaruçu
" A presidente Dilma acabou de aprovar a construção de Belo Monte. A usina irá devastar parte do Xingu, na Amazônia, e o futuro do povo kaiapó e outras etnias.(...)"


Belo Monte por Curt Trennepohl
“O governo brasileiro autorizou, em junho, o início das obras de Belo Monte no rio Xingu e planeja construir outras 60 grandes hidrelétricas na Amazônia, com graves impactos à floresta, à biodiversidade às populações tradicionais e indígenas (...)”
Propaganda enganosa 1
“Norte Energia produziu uma propaganda dizendo A energia produzida pela hidrelétrica pode abastecer mais de 18 milhões de casas (...). O que a Norte Energia não quer que você saiba é que, se for construída a hidrelétrica, vai produzir energia para mineração (...). “
Propaganda enganosa 2
“Norte Energia produziu uma propaganda dizendo Usina Belo Monte - nenhuma terra indígena será alagada. A Norte Energia não quer que você saiba que, se for construída, a hidrelétrica vai secar 100 km do Rio (...)”
Flow, For Love of Water.
Fluxo, Para amar a água.
“Milhares de pessoas vivem sem amor, mas não sem água (...)”



Belo Monte
Anúncio de uma guerra
“Rio Xingu
Abril de 2011 no coração da Amazônia (...).



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Há outros vídeos que não foram apresentados durante o evento, mas que vale conferir:

  1. O movimento Xingu Vivo para Sempre em parceria com as ONGS Amazon Watch e Internacional Rivers produziram um vídeo, com narração de Dira Paes.
          Parte 1 - http://www.youtube.com/watch?v=4k0X1bHjf3E
          Parte 2 - http://www.youtube.com/watch?v=JcCpFBro-Lc&feature=related

Patxon Metuktire

Patxon Metuktire é uma jovem liderança indígena que estuda direito na Universidade Federal do Paraná. É neto de Raoni Metuktire e sobrinho de Megaron Txucarramãe. Quando esteve presente no Evento Internacional sobre Indústrias de Barragens contestou o presidente da Eletronorte, “senhor Walter”, que afirmara que “os principais líderes indígenas concordam com a construção da hidrelétrica”.



terça-feira, 15 de novembro de 2011

PHILIP MARTIN FEARNSIDE

    lattes.cnpq.br/3176139653120353
  • Graduação em Biologia - Colorado College (1969)
  • Mestrado em Zoologia - University of Michigan - Ann Arbor (1974)
  • Doutorado em Ciências Biológicas - University of Michigan - Ann Arbor (1978).
 Atualmente é pesquisador Titular III do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA).

Estuda problemas ambientais na Amazônia brasileira; realiza pesquisas ecológicas, incluindo a estimativa de capacidade de suporte de agro-ecossistemas tropicais para populações humanas e estudos sobre impactos e perspectivas de diferentes modos de desenvolvimento na Amazônia e sobre as mudanças ambientais decorrentes do desmatamento da região.

Prêmios:
  • Fundação Conrado Wessel na área de Ciência Aplicada ao Meio Ambiente (2004)
  • Chico Mendes com 1o lugar na área de Ciência e Tecnologia (Ministério do Meio Ambiente -2006)
  • Identificado pelo Instituto de Informações Científicas (Thomson-ISI) como sendo o segundo mais citado cientista no mundo na área de aquecimento global (2006)(http://esitopics.com/gwarm2006/interviews/PhilipFearnside.html)

Alguns Trabalhos Selecionados:

Fearnside 2011 - Belo Monte EIA - Novos Cadernos NAEA
Emissões - Os impactos mais renegados das hidrelétricas
Belo Monte - UNISINOS - Preprint
Belo Monte - Política Ambiental 2011
Belo Monte - Globo Amazonia - Série completa
Belo Monte goela abaixo-Painel de Especialistas
Belo Monte e Babaquara emissões - Novos Cadernos NAEA
A Polêmica das Hidrelétricas do Xingu

Lista mais completa dos trabalhos publicados está no sítio eletrônico: http://philip.inpa.gov.br/

    Redes

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    Além das redes sociais, o evento foi divulgado em cartazes e nos sitios da UFMT e da ADUFMAT:

               


     
    Notícias da UFMT:
    Prorrogado prazo para inscrições de trabalho no evento
    Prosseguem discussões sobre hidrelétrica de Belo Monte



    Divulgação no Espaço Aberto da ADUFMAT:
    Wall Street, Belo Monte e Populações Indígenas

    PIERRE GIRARD

    • Graduação: B.Sc. em Geologia na Universidade McGill em Montreal (1983).
    • Mestrado em Ciências das Águas a Universidade Pierre et Marie Curie na França em 1986.
    • Ph. D. na Universidade do Québec em Montreal (UQAM) sobre hidrologia isotópica no âmbito de uma cooperação internacional com o Niger (África)
    Antes de retornar ao Canadá para o seu doutorado, trabalhou na Guiana Francesa como hidrogeólogo na floresta amazônica. Após o doutorado, trabalhou como consultor em hidrologia até vir para o Brasil no final de 1994 para trabalhar como pesquisador visitante (CNPq) no INPE sobre a questão da poluição atmosférica devida as queimadas. Em 1997, começou a trabalhar no quadro do programa SHIFT (cooperação Brasil-Alemanha) no projeto Ecologia do Gran Pantanal na UFMT onde atuou como hidrólogo e especialista em ciclos biogeoquímicos junto à equipe de pesquisadores deste projeto. Em 2001 ajudou a fundar o Centro de Pesquisas do Pantanal (CPP) onde atualmente apoia a coordenação de programas.

    Coordena também os programas do Pantanal Regional Environmental Program (PREP) um programa da Universidade das Nações Unidas (UNU) hospedado na UFMT. É professor da UFMT desde 2002 e coordenou o curso de mestrado em Ecologia e Conservação da Biodiversidade desta Universidade entre 2003 e 2006. Também coordenou/coordena vários grandes projetos: Planejamento Estratégico para Consolidação do Grupo de Pesquisa do Programa de Pós Graduação Curso de Mestrado em Ecologia e Conservação da Biodiversidade (UFMT/INPA); Consolidação da rede de pesquisa sobre os ecossistemas do Pantanal CPP; Sistema INternacional de Estudos sobre Recursos hídricos e Gerenciamento de Impactos devido ao Aquecimento global na bacia do Paraguai - SINERGIA. Além destas atividades pesquisa ativamente sobre a dinâmica de inundação no Pantanal.

    DIANA ANTONAZ










    Lattes: http://lattes.cnpq.br/7547028254641362
    • Graduação: Engenharia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (1970)
    • Especialização: Engenharia de Segurança do Trabalho pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1974)
    • Mestrado: Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1995)
    • Doutorado: Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2001)
    • Pós-doutorado: Universidade Federal do Rio de Janeiro (2009)
    Atualmente é pesquisador pos-doutorado da Universidade Federal do Rio de Janeiro, professor adjunto da Universidade Federal do Pará.
    Membro de corpo editorial da Ciência & Saúde Coletiva, professora adjunta UFPA do Museu Paraense Emílio Goeldi, Revisor de periódico da Ciência e Saúde Coletiva (Impresso), Revisor de periódico da Revista Brasileira de Saúde Ocupacional e Revisor de periódico da Campos (UFPR). 
    Tem experiência na área de Antropologia, com ênfase em Antropologia Urbana. Atuando principalmente nos seguintes temas: Antropologia da dor, antropologia da saúde e da doença, Transformações sociais, Classes trabalhadoras urbanas, gênero e Antropologia política.

    PROGRAMAÇÃO

    Mesa Redonda – Usina Belo Monte, Alternativas Energéticas e a Preservação Ambiental
    Data: 23 de novembro
    Horário: das 09h00 às 11h00
    Palestrantes:
    Prof. Dr. Philip Martin Fearnside - INPA
    Prof. Dr. Pierre Girard - Instituto de Ciências Biológicas - UFMT
    Moderador: Prof. Dr. Denilton Carlos Gaio - Instituto de Física - UFMT

    Mostra de Vídeos
    Usina Belo Monte, aproveitamento energético da água, alternativas energéticas, 
    preservação ambiental, os povos da floresta e temas correlatos
    Data: 24 de novembro
    Horário: 15h00 as 17h00

    Mesa Redonda – Usina Belo Monte e os Povos da Floresta
    Data: 25 de novembro
    Horário: das 09h00 às 11h00
    Palestrantes:
    Lider Indígena Kaiapó Patxion Metikturi
    Profa. Dra. Diana Antonaz - Antroplogia - UFPA
    Moderador: Prof. Dr. Paulo Sérgio Delgado - Antropologia - UFMT

    Mostra de Painéis
    Dia 25 de novembro
    Local: Saguão do Auditório da Coodenação de Cultura
    (i) A água como recurso energético para os povos.
    (ii) Recursos hídricos e preservação ambiental.
    (iii) A água como recurso simbólico.
    Após a segunda mesa redonda.

    domingo, 23 de outubro de 2011

    OS RIOS E A VIDA

    A série "Os Rios e a Vida" apresentada na TV Escola (MEC) mostra quais são os resultados da construção de barragens em rios como o Nilo e o Yang-Tzé. Esse, em especial, provocou profundas mudanças na vida antigos moradores, sobretudo, na parte alta do rio. Assista: http://tvescola.mec.gov.br/index.php?option=com_zoo&view=item&item_id=850